Crédito do Trabalhador: acesso e impacto por faixa salarial

Crédito do Trabalhador beneficia principalmente quem ganha até 4 salários mínimos

Mais de 62% dos empréstimos concedidos pelo programa Crédito do Trabalhador foram destinados a trabalhadores com renda de até 4 salários mínimos, totalizando R$ 7 bilhões em contratações. Dados do Ministério do Trabalho e Emprego (MTE) mostram que, até 9 de junho, o programa já acumulou R$ 15,9 bilhões em empréstimos, beneficiando mais de 2,6 milhões de pessoas. A iniciativa busca democratizar o acesso ao crédito, especialmente para quem antes não tinha essa possibilidade, como trabalhadores domésticos.

Distribuição por faixa salarial e tempo de vínculo

Trabalhadores com renda entre 4 e 8 salários mínimos representam 18,82% do valor total contratado, enquanto os que ganham acima de 8 salários correspondem a 18,57%. O tempo de vínculo empregatício também influencia na concessão: quem recebe até 2 salários tem, em média, 119 meses de emprego, enquanto os que ganham mais de 8 salários têm 192 meses. Essa diferença reflete a preferência das instituições financeiras por clientes com maior estabilidade.

Além disso, os valores médios contratados variam significativamente. Trabalhadores de até 2 salários mínimos tomaram em média R$ 3.391,60, enquanto os de maior renda (acima de 8 salários) contrataram R$ 9.079,23. Essas disparidades mostram como o programa atende necessidades distintas conforme a capacidade financeira de cada grupo.

Redução de juros e concentração geográfica

A taxa média de juros do Crédito do Trabalhador caiu para 3,47% ao mês, mas o MTE pretende reduzi-la ainda mais, combatendo cobranças abusivas. O programa tem maior adesão em estados com economias mais dinâmicas: São Paulo lidera com R$ 4,5 bilhões em contratações, seguido por Rio de Janeiro e Minas Gerais, cada um com R$ 1,3 bilhão. Dez estados concentram mais de R$ 12 bilhões do total.

O Distrito Federal se destaca com a maior média de valor contratado por trabalhador (R$ 7.716,02), acima da média nacional (R$ 5.958,78). Essa diferença regional evidencia disparidades econômicas e de acesso ao crédito. O programa, no entanto, tem sido fundamental para incluir trabalhadores antes excluídos do sistema financeiro tradicional.

Impacto inclusivo e perspectivas futuras

O Crédito do Trabalhador representa uma mudança em relação ao antigo consignado, que beneficiava principalmente quem tinha renda mais alta. Agora, 62,61% dos recursos vão para quem ganha até 4 salários mínimos, reforçando o caráter inclusivo da iniciativa. A estabilidade no emprego continua sendo um fator decisivo, mas o governo busca ampliar o acesso mesmo para quem tem menos tempo de vínculo.

Com o monitoramento contínuo das taxas de juros e a expansão do programa, espera-se que mais trabalhadores de baixa renda sejam beneficiados. A transparência nas operações e a pressão por juros mais baixos são essenciais para garantir que o crédito chegue de forma justa e acessível. O sucesso do programa dependerá de seu alcance e da manutenção de condições favoráveis aos trabalhadores.

Fonte: Ministério do Trabalho e Emprego. “Dados do Crédito do Trabalhador”. Disponível em: [link]. Acesso em: hoje.

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